Um incidente envolvendo uma acompanhante, funcionários de um hospital e uma guarnição da Polícia Militar resultou na prisão em flagrante de uma mulher por desacato e outros crimes na tarde dessa sexta-feira (03), em Patos de Minas. Ela teria se mostrado insatisfeita com o atendimento dos funcionários do hospital e também dos policiais.

De acordo com informações da Polícia Militar, a acusada de de 35 anos, estava em um hospital particular no centro da cidade acompanhando a mãe, que passaria por uma verificação de um procedimento cirúrgico. De acordo com o relato de uma gerente do hospital, colhido pela PM, ela teria se apresentado de maneira "nervosa e agressiva" durante o atendimento, "não permitindo as pessoas falarem, perturbando os médicos e funcionários a realizarem seus trabalhos, bem como assustando pacientes e acompanhantes".

Ao ser acionada, a guarnição se deslocou até o local. O BO relata que, ao chegar, ela teria questionado de forma agressiva o motivo de os policiais estarem ouvindo primeiro a versão do hospital e não a dela, que havia acionado o 190. A PM tentou explicar o procedimento, mas a mulher, ainda segundo o registro, ligou novamente para o 190 para reclamar da atuação dos militares.

Durante a interação com um dos policiais, condutor do atendimento, ela, em "tom arrogante", teria dito que não queria falar com ele, alegando estar sendo coagida. Em seguida, começou a debochar do militar, dizendo: "Por que você está gaguejando?". Após ser alertada sobre sua conduta, ela se dirigiu mais uma vez ao sargento e proferiu: "Fica aí gaguinho, que eu vou lá ver a minha mãe".

Diante dos atos de desacato e da subsequente desobediência a uma ordem de parar, os policiais determinaram a prisão em flagrante. O boletim descreve que ela tentou se evadir em direção ao interior do hospital, oferecendo "resistência passiva" – gritando, se debatendo e se recusando a fornecer os braços para a algemação.

Para conter a resistência, os policiais relataram ter utilizado "técnicas de controle de contato e controle físico", com "torção de braço e enforcamento", a fim de realizar a algemação. O auto de resistência menciona que a conduta resultou em "lesão(ões) sem lesões aparentes" nela.

Conduzida à delegacia, ela, segundo o registro, continuou com atitudes desrespeitosas. Durante a confecção do BO, ela teria chamado o policial de "louco" e afirmado que ele "precisaria passar por um psicológico". A autora também teria feito ameaças à guarnição, dizendo que os policiais "iriam se ver com ela", pois tinha um parente que trabalhava no Ministério Público.

Em sua versão dos fatos, prestada na presença de sua advogada, ela alegou que chamou o sargento de "gago" por duas vezes, motivo pelo qual, na sua avaliação, foi presa injustamente. Ela também afirmou que foi agredida pelo militar, questionando a necessidade do uso da força, e que acredita que os policiais e funcionários do hospital a pressionaram, quando estava "semiconsciente", a desbloquear seu telefone.

Ela foi conduzida à delegacia pelos crimes de desacato, calúnia, desobediência, ameaça e perturbação do trabalho ou sossego alheios. O boletim informa ainda que a autora já possui passagens anteriores pelos crimes de desacato e lesão corporal.