Na próxima segunda-feira (3) tem início mais uma etapa da Campanha Nacional de Vacinação contra Febre Aftosa. Até o dia 30 de novembro devem ser vacinados bovinos e bubalinos com até 24 meses de idade, nos 853 municípios mineiros.

A partir deste ano, a vacinação acontece no mesmo período nos Circuitos Pecuário Leste e Centro-Oeste. O calendário foi unificado pelo Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa (PNEFA) a pedido do Conselho Nacional de Secretários de Estado de Agricultura (Conseagri), visando à erradicação da doença no país, até o final de 2010. A mudança no calendário permitirá que as etapas de imunização, em grande parte do Brasil, sejam promovidas na mesma época, o que facilitará o trânsito de animais.

Cerca de 360 mil criadores de Minas Gerais devem imunizar seus rebanhos. A fiscalização da ação é de competência do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), órgão responsável pela defesa sanitária agropecuária no Estado.

O diretor-geral do Instituto, Altino Rodrigues Neto, pede para que o produtor se conscientize e vacine seu rebanho. “Para a erradicação definitiva da febre aftosa em Minas, ainda é necessária a vacinação. É indispensável que façamos um trabalho eficiente de prevenção e, para tanto, contamos com o exercício conjunto do Poder Público, iniciativa privada e produtores rurais”.

Os danos causados por essa doença não se relacionam à saúde pública, mas às grandes perdas econômicas determinadas pelo sacrifício de todo um rebanho, a partir de um único animal considerado infectado na propriedade. O impacto da presença da aftosa compromete a exportação de carnes, que fica imediatamente impedida mesmo em propriedades sem a presença da doença, além da repercussão internacional, cujos reflexos se observam prontamente na redução de valores do produto nacional, como ocorreram nos surtos já sofridos pelo Brasil.

Surgimento de focos e prevenção

São várias as suposições para o surgimento de focos de aftosa, como os ocorridos no Brasil. Uma delas é o manejo inadequado da vacina, assim como a vacinação parcial, ou seja, a vacinação a partir da seleção de um grupo de animais, deixando o restante do rebanho susceptível. Uma outra, é a entrada do vírus através do contrabando de animais de outros países.

Uma alternativa comprovadamente importante na prevenção da aftosa e que poderá ter grande impacto no controle da doença no Brasil é a vacinação maciça e sistemática dos rebanhos, associadas à conservação adequada das vacinas utilizadas que devem ser mantidas em temperatura variando de 2º C a 8º C. Para isso, é importante a participação dos produtores na adesão ao programa de controle que surge como alternativa mais eficaz na busca por um país livre da doença.

Tecnologia

O governo de Minas está implantando um novo programa informatizado para o controle animal no Estado: Sistema de Defesa Agropecuária (Sidagro), que vai possibilitar a emissão de Guias de Trânsito Animal (GTA), a atualização de vacinação e cadastro de produtores, permitindo, ainda, uma melhoria do controle da vacinação e da movimentação dos animais.

O Sistema será implantado em novembro e, para seu funcionamento, o atual cartão sanitário será substituído pelo cartão de identificação do produtor.

A substituição vai ocorrer no momento em que o produtor se dirigir ao escritório do IMA para a declaração da vacinação de seu rebanho. A instituição alerta que a declaração só poderá ser realizada na unidade na qual o produtor está cadastrado. Isso porque, nesta oportunidade, o cadastro será atualizado, o novo cartão entregue e o antigo inutilizado. É imprescindível a apresentação do CPF ou CNPJ.

Ao atualizar o cadastro o pecuarista deve declarar o número de animais, com discriminação de sexo e faixa etária. Ainda que haja divergência dos dados constantes nos arquivos do Instituto e da secretaria da Fazenda, ele estará livre de multas, desde que faça a atualização no período estipulado. A anistia tem o objetivo de motivar a declaração real, possibilitando um maior conhecimento do rebanho mineiro. Para o secretário da Agricultura, Gilman Viana Rodrigues, o objetivo é criar um cadastro único para o Estado, tanto qualitativo quanto quantitativo.